2019 foi o ano de reaquecimento efetivo da economia brasileira, com indicadores que permitem cultivar a esperança em um ciclo de desenvolvimento cujas bases podem ser consolidadas durante 2020. Nesse cenário, é inegável o impacto positivo da recuperação da construção civil em todo o país: puxado pela incorporação imobiliária, o setor retomou o investimento e voltou a criar empregos Brasil afora, demonstrando seu potencial como grande gerador de riquezas e oportunidades de trabalho. Essa tendência foi registrada também no Distrito Federal e veio para ficar.
O Produto Interno Brasileiro (PIB) fechou com crescimento de 0,6% o terceiro trimestre de 2019, comparado ao segundo trimestre, estimulando previsões mais otimistas para a expansão da economia em 2020. No mesmo período, o setor da construção cresceu mais que o dobro e alcançou 1,3%: foi a segunda alta consecutiva do setor, em um claro sinal de que o ciclo de perdas iniciado em meados de 2014 dá lugar à recuperação.
Essa arrancada teve no Distrito Federal um dos seus melhores exemplos: dobramos o número de lançamentos, com 30 novos empreendimentos, e alcançamos velocidade de vendas recorde no segmento residencial no mês de novembro. Em 2019, deixamos para trás a queda acumulada até 2018 e criamos as bases para um crescimento sustentado e consistente durante 2020.
Um conjunto de fatores restaurou o otimismo em 2019 e deve pautar as decisões do setor produtivo no ano que se inicia. No plano nacional, a combinação da redução continuada da taxa básica de juros com a recuperação progressiva do mercado de trabalho, o controle da inflação, a maior oferta de crédito – tanto para pessoa física quanto para o investimento; e o avanço da agenda de reformas no Congresso Nacional melhorou o cenário macroeconômico, resgatou a confiança do empreendedor e garantiu as condições para a retomada do investimento. Some-se a isso, no plano local, medidas adotadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) e pela Câmara legislativa do Distrito Federal (CLDF) focadas na redução da burocracia e na segurança jurídica.
Para o mercado imobiliário, 2019 foi um ano de avanços estruturais importantes, especialmente na questão do crédito. A queda da Selic ao menor percentual na história e a criação de novas linhas de crédito trouxeram de volta não apenas o empresário, mas também, o principal player do segmento: o comprador. O empreendedor viu melhorar as condições de acesso ao crédito, em um movimento dos agentes financeiros na disputa por esse mercado. O cidadão voltou a buscar o sonho da casa própria e a confiar na sua capacidade de honrar compromissos de longo prazo, reaquecendo a incorporação imobiliária em todos os segmentos.
Nosso setor emerge em 2020 como vetor importante de recuperação da economia, com grande capacidade para gerar empregos e renda, de forma rápida e consistente em todo o Brasil. No Distrito Federal, a incorporação imobiliária tem grande potencial de expansão e os sinais de reaquecimento alcançam toda a cadeia produtiva do setor. É preciso avançar na redução da burocracia e dos custos, reforçar a segurança jurídica e fortalecer os mecanismos que fomentam o investimento.
Os incorporadores do DF apostam nessa agenda para estimular o desenvolvimento com moradia digna, emprego formal, renda e cidadania para a população. Não precisamos de dinheiro público para empreender, mas é preciso remover as amarras que vinham adiando a decisão pelo investimento. Cabe ao poder público, no plano nacional e local, destravar o ambiente de negócios, agilizar a modernização de marcos regulatórios e atualizar a política de crédito, adotando parâmetros novos e que facilitem o acesso ao financiamento.
2020 é a janela de oportunidade que se abre para o ciclo de desenvolvimento sustentado tão esperado por todos os brasileiros. Nossas empresas estão prontas para trabalhar firme e gerar riquezas no Distrito Federal. Que cada um faça a sua parte.
Eduardo Aroeira Almeida, presidente da Associação das Empresas do
Mercado Imobiliário do Distrito Federal (ADEMI-DF)
Eduardo Aroeira Almeida
Presidente ADEMI-DF