
Foto: Paulo Henrique Freitas
Presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (ADEMI DF), o empresário Roberto Botelho encerra sua gestão com um balanço positivo dos dois anos à frente da instituição. No dia em que a entidade escolhe sua nova diretoria plena, conselho fiscal e consultivo – a eleição acontece nessa quinta-feira (12/06) – ele reafirma o compromisso do segmento com o desenvolvimento do DF e foco no cidadão. “A atuação da ADEMI-DF se baseia em um princípio fundamental: só defendemos aquilo que, além de ser positivo para o setor, também seja bom para o Distrito Federal como um todo”, afirma Botelho. “Entendemos que só é possível ter um mercado saudável em uma cidade e com uma população igualmente saudáveis”.
Formado em Economia e nascido em Brasília, Roberto Botelho atua na construção civil há 25 anos. Casado e pai de uma filha, é descendente de uma família de construtores e começou a trabalhar no setor aos 15 anos. Sua trajetória no associativismo do Distrito Federal teve início no Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF). Nesta entrevista, o executivo comenta os marcos da sua gestão e promete continuar contribuindo para o fortalecimento do mercado imobiliário. Leia os principais trechos:
Você assumiu a presidência da ADEMI DF quando a imunização da população havia permitido o controle da pandemia da covid-19. Qual cenário você recebeu no mercado imobiliário em meados de 2023?
Roberto Botelho – Quando assumi, a pandemia já estava sob controle. Como consequência do período em casa, muitas pessoas sentiram a necessidade de melhorar sua residência, o que aqueceu o mercado imobiliário brasileiro e gerou excelentes resultados de vendas. Aqui no DF também foi assim. 2023 e 2024 foram anos de desempenho positivo do mercado imobiliário, coerente com a demanda por moradia e com essa ressignificação fruto da pandemia. O cenário econômico permitiu que o empreendedor fizesse novos investimentos e tivemos muitos lançamentos. Em contrapartida, houve um forte impacto nas cadeias produtivas, com aumento expressivo nos custos das obras. Os índices setoriais não acompanharam essa alta, resultando na correção inadequada dos contratos e, consequentemente, na compressão das margens de lucro do setor. Em resumo, foi um período positivo para o comprador, que encontrou não apenas ampla oferta de imóveis, como crédito e condições favoráveis para a aquisição.
Quais as prioridades da sua gestão e o que foi possível avançar nesses dois anos de trabalho?
R.B. – Minhas metas à frente da ADEMI-DF foram claras e objetivas: combater a ocupação irregular, ampliar a oferta de terrenos destinados à incorporação imobiliária — com destaque para o processo praticamente concluído de criação do Setor Habitacional Jóquei Clube, iniciado pelo ex-presidente Eduardo Aroeira — e consolidar a parceria com a Terracap para viabilizar o projeto de expansão do Setor Noroeste. Priorizamos a segurança jurídica, com destaque para o acompanhamento da aprovação do PPCUB e da nova Lei de Parcelamento, além da contribuição ativa nas discussões do novo PDOT, cuja aprovação é esperada ainda este ano. Também atuamos para sensibilizar as autoridades sobre a urgência da criação da Lei de Licenciamento Ambiental do Distrito Federal, essencial para garantir previsibilidade e agilidade aos processos. Além dessas ações estruturantes, conduzimos centenas de iniciativas cotidianas, sempre com o compromisso de manter o setor saudável, dinâmico e em constante evolução.
Nos últimos dois anos, os poderes Executivo e Legislativo tomaram diversas decisões com impacto relevante sobre o setor, como a aprovação da nova lei de parcelamento do solo, da atualização do PPCUB e a redução do ITBI, temas que a ADEMI DF acompanhou de perto e contribuiu com sugestões técnicas. Como avalia a atuação da entidade nesse período, seu envolvimento em temas que beneficiam diretamente o cidadão?
R.B. – A atuação da ADEMI-DF se baseia em um princípio fundamental: só defendemos aquilo que, além de ser positivo para o setor, também seja bom para o Distrito Federal como um todo. Entendemos que só é possível ter um mercado saudável em uma cidade e com uma população igualmente saudáveis. Por isso, ao defender qualquer tese, partimos do pressuposto de que ela é técnica e juridicamente viável, eticamente correta e socialmente justa. Essa coerência nos dá legitimidade e fortalece nossa interlocução, tanto com a sociedade civil quanto com o poder público.
Você mantém participação associativa há vários anos, seguirá contribuindo com o interesse coletivo do mercado imobiliário?
R.B. – Sem dúvida, estou deixando a direção da entidade por conta de demandas da minha empresa e da minha família. Minha trajetória nas entidades representativas começou ainda nos anos 2000, culminando com os cargos de 1º vice-presidente do Sinduscon-DF e, mais recentemente, como presidente da ADEMI-DF. Considero que encerro aqui meu ciclo nos cargos de direção, após seis anos dedicados intensamente à representação do setor. A partir de agora, seguirei contribuindo sempre que for solicitado. Continuo sendo apenas um soldado a serviço do mercado imobiliário.

Imprensa Ademi-DF