ENIC 2023 | SETOR DA CONSTRUÇÃO DEFENDE AÇÃO COORDENADA PARA ATUALIZAR ENGENHARIA E OBTER GANHO DE PRODUTIVIDADE

14 abr 2023

A industrialização da construção pode gerar ganhos significativos de produtividade e eficiência nas obras, reduzindo o tempo e os custos do projeto, melhorando a qualidade dos produtos e serviços oferecidos e tornando o ambiente de trabalho mais seguro. Para tratar do tema, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) promoveu, nesta quarta-feira (12/04), debate sobre “Industrialização da Construção: Ganhos de Produtividade e Eficiência” no 96º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), realizado na FEICON, no São Paulo Expo.

“Essa é uma discussão muito importante, pois com a alta competitividade do mercado imobiliário hoje, as empresas que não se adaptarem estarão fora”, comentou Eduardo Aroeira Almeida, presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (ADEMI DF), ao final do painel. “Também é importante para a redução de custos num momento em que a economia brasileira está em crise”, acrescentou.

O presidente do Inovacon, Jorge Dantas, moderador do painel, destacou como desafios para a industrialização da construção a baixa produtividade e a tributação. Na avaliação do diretor executivo da Aratau Construção Modular, Paulo Oliveira, o Brasil sempre foi um país de muitos desafios. “Não estamos conseguindo manter o ganho de produtividade e as grandes barreiras da industrialização no setor estão relacionadas à questão tributária e ao financiamento imobiliário”, disse.

Já o gerente nacional de vendas da Ceramfix, Luis Henrique Manetti, alertou sobre a questão do apagão de mão de obra no setor da construção. “Os jovens não estão sendo atraídos para os canteiros de obras”, frisou, destacando que o gargalo se estende para os profissionais de engenharia. “É preciso mudar o mindset empresarial. A produtividade está estagnada. Só tem uma saída, modernizar a construção via industrialização”, mencionou.

Neste sentido, o CEO do Centro de Tecnologia em Edificações (CTE), Roberto de Souza, sugeriu a definição de metas de ações e projetos pilotos que seriam perenes e escaláveis para pensar em industrialização. “O cenário da educação é nevrálgico. 70% dos brasileiros não terminaram o ensino fundamental, 16% fazem ensino superior e só 9% fizeram curso técnico”, disse.

Mudança de cenário 

Para o diretor de Inovação e Tecnologia do Senai-DN, Jefferson Gomes, é preciso pensar diferente a obra hoje, revendo processos, fazendo engenharia de valor. “O que não agrega valor, arranca. Quanto tempo a gente gasta em revisitar processos? Se quiser industrializar é preciso eliminar a realização da obra em etapas e passar a fazê-la de forma contínua”.

Como desabafo, Roberto de Souza ressaltou que falta visão estratégica e ação coordenada. “O setor devia estar influenciando os cursos de Engenharia. Não tem disciplina de BIM, de industrialização, nos currículos. É preciso uma ação emergencial para mudar isso, reciclagem dos profissionais e treinamento dos profissionais para modernizá-los”, disse.

Este painel tem interface com o projeto “Inteligência e Estratégia para o Futuro da Construção”, da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (COMAT/CBIC), em correalização com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).

O 96º Enic é realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), conta com a parceria da FEICON; o apoio do Sesi e do Senai; e tem o patrocínio da Caixa Econômica Federal, Sebrae, Mútua, Zigurat, Totvs, Mais Controle, CV, Sienge, Orçafascio, Kone, PhD Engenharia, Alto QI, Acate, Brain e Ingevity.

(Com Agência CBIC)

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Imprensa Ademi-DF

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