O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta quinta-feira, 3, em debate no 92º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), a possibilidade de facilitar as importações de aço e de outros insumos básicos da construção civil, como vêm defendendo os empresários do setor.
“Estamos atentos à possibilidade de abrir mais as importações de aço”, declarou, acrescentando que está “dando um tempo” às siderúrgicas nacionais para regularizarem a oferta interna. Se a produção brasileira não for ampliada, anunciou que irá começar a reduzir as tarifas de importação.
A medida foi admitida em resposta a uma indagação do vice-presidente de Administração da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Eduardo Aroeira Almeida, que participou, junto com o presidente da entidade, José Carlos Martins, do painel Cenário econômico pós-pandemia, mediado pela jornalista Cristina Lemos.
Almeida vocalizou a preocupação dos empresários do setor com o aumento dos preços e a escassez de insumos básicos, principalmente de vergalhões e PVC. Tal conjuntura, segundo a CBIC, pode comprometer o excelente desempenho do segmento e sua curva ascendente de geração de empregos em plena pandemia da Covid-19.
Guedes explicou que, com a queda da demanda pela pandemia, as siderúrgicas desligaram 12 altos fornos, que levam tempo e exigem recursos elevados para serem religados. Com a retomada da atividade econômica, disse esperar que a produção interna se normalize.
O ministro da Economia considerou a construção civil um dos motores da reativação da economia – apesar da pandemia, o setor aumentou em 8,4% as vendas de imóveis novos nos primeiros nove meses do ano em comparação a igual período do ano anterior e gerou quase 139 mil novos empregos nos 10 meses iniciais de 2020.
“Vocês têm sido parceiros nesta guerra, gerando empregos e preservando vidas nos canteiros de obra. A construção civil se recusou a tomar conhecimento da crise”, declarou. “Pode contar conosco. A construção civil continuará a ser a locomotiva puxando a economia com tecnologia e inovação”, respondeu a Guedes o presidente da CBIC.
O ministro da Economia comemorou o crescimento de 7,7% do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre, divulgado nesta quinta-feira pelo IBGE, como evidência incontestável da retomada da atividade econômica e em “V” (forte recuperação após queda acentuada). Criticou “os negacionistas” que refutam a reativação da economia brasileira.
Previu que esta recuperação, que classificou de cíclica, porque baseada no aumento do consumo, proporcionado pelo auxílio emergencial, se tornará, a partir de 2021, numa recuperação lastreada na base produtiva, pelo aumento dos investimentos privados.
“Não tem ufanismo. Estamos decolando, numa velocidade boa’, sublinhou.
Guedes estimou que o país poderá fechar o ano sem perdas de emprego, apesar da pandemia, porque a geração de oferta de mão de obra vem crescendo há quatro meses seguidos.
Lamentou que a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, que chamou de “desentendimento político”, esteja atrasando a votação de projetos estruturadores, incluindo as reformas tributária e administrativa, mas considerou a disputa como natural. “A democracia brasileira é barulhenta. Toca corneta”, salientou.
Assegurou não ter dúvidas de que o Congresso irá aprovar, em 2021, os projetos estruturantes, como a independência do Banco Central, já aprovada no Senado, o novo marco legal do gás e da navegação de cabotagem, a privatização da Eletrobrás. “O Brasil está voltando forte”, enfatizou o ministro da Economia.
O 92º ENIC é uma realização da CBIC com a correalização da Asbraco-DF, Sinduscon-DF e Ademi-DF; apoio do Sesi e do Senai Nacional; patrocínio platinum da Caixa Econômica e da Arcelormittal Brasil e patrocínio silver do Sebrae.
Com Agência CBIC
Imprensa Ademi-DF