O mercado imobiliário do Distrito Federal avança pela pandemia com sinais positivos e terá recuperação mais rápida no pós-crise. Ao contrário de outros segmentos da economia, o setor mantém-se estável: reduziu o ritmo, mas não registra perdas. Essas são as conclusões da ADEMI DF com a nova rodada da pesquisa do Índice de Velocidade de Vendas (IVV), com o desempenho do mercado em abril, e com o monitoramento semanal da percepção do empresário do setor no DF. A despeito das incertezas e dos reflexos do distanciamento social imposto pela prevenção ao novo coronavírus, em abril o IVV alcançou 5,2% e foram vendidas 139 unidades residenciais. Na última semana de maio, entre os dias 25 e 28, as incorporadoras associadas à ADEMI DF registraram aumento de 53% no volume de propostas e de 47% nos atendimentos virtuais.
Os dados, inéditos, foram apresentados durante edição virtual do ADEMI DF Debate realizado na sexta-feira (29) e transmitido pela página da entidade no YouTube (https://youtu.be/g9HNRGKL-DY). Para o presidente da entidade, Eduardo Aroeira Almeida os dados demonstram a maturidade do setor no DF. “Me impressiona o quanto nosso mercado é resiliente. Nem mesmo durante essa crise tivemos um IVV inferior a 5%, que é o que consideramos como mínimo adequado”, avalia.
Responsável pelas pesquisas, o estatístico Alexandre Garcia, CEO do Opinião Informação Estratégica, espera que a sinalização positiva seja reforçada em maio. “O incorporador do DF estava preparado, pois viveu muitas crises e aprendeu muito. A construção civil será a ponta de lança da retomada da economia”, comenta.
DF na contramão nacional – Durante o debate, os dois executivos discutiram dados nacionais indicando que 70% de incorporadoras e construtoras de todo o país devem adiar o lançamento dos empreendimentos planejados para 2020. Essa tendência foi colhida no estudo Indicadores Imobiliários Nacionais, divulgado na última semana de maio pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), entidade nacional do setor da construção.
No Distrito Federal, os empresários seguem na direção contrária: monitoramento realizado para a ADEMI DF registra que 63% dos associados da entidade farão lançamentos no segundo semestre e outros 16% avaliam manter o planejamento. “A maioria das empresas deve prosseguir com o lançamento de novos empreendimentos, apostando na recuperação”, afirma Aroeira. Segundo ele, o otimismo das empresas decorre de um conjunto de fatores que torna mais favorável o ambiente de negócios.
O presidente da ADEMI DF destaca o efeito da combinação da maior oferta de crédito para o financiamento imobiliário com regras que facilitam o acesso ao comprador. Além disso, frisa, a crise sanitária aumentou a importância da casa própria. “Essa crise é muito séria, pois envolve a saúde das pessoas e leva uma reflexão sobre a casa”, avalia Aroeira. “O público do segmento econômico e do Minha Casa Minha Vida está comprando a sua primeira residência. As pessoas estão buscando segurança e conforto em um lar”.
Alexandre Garcia comentou que todos os indicadores de tendência tiveram impulso positivo na última semana de maio, sinalizando que o mercado imobiliário deve manter um bom desempenho: assim como o volume de propostas e de atendimentos virtuais, também cresceram as visitas espontâneas (42%); os atendimentos presenciais (37%); e os contatos de prospecção (26%), as chamadas leads.
“Em 2015, o cenário era diferente. Tínhamos menos credito e dificuldade para honrar compromissos”, comenta o estatístico, comparando a crise da Covid-19 com aquela enfrentada em 2015. “Agora o crédito melhorou e o comprador tem confiança de que poderá honrar seus compromissos. E há estabilidade nos preços”, acrescenta. Segundo ele, outra sinalização positiva é que a maioria dos imóveis vendidos estão em obra. “O comprador também está confiante”.
Imprensa Ademi-DF