
O mercado imobiliário do Distrito Federal mostrou resiliência no atual ambiente de juros altos e manteve estabilidade no fluxo de comercialização de unidades novas no mês de março. Dados da pesquisa Índice de Velocidade de Vendas (IVV) mostram a venda de 322 unidades, levando o indicador a 6,4%, sinalização de desempenho positivo do mercado no momento em que a taxa básica da economia está fixada em 14,25%. A oferta de imóveis novos caiu e acumula 5.070 unidades. Em março, foi registrado o lançamento de um novo empreendimento no Noroeste.
“O mercado imobiliário do Distrito Federal passa por um processo de ajuste, buscando um equilíbrio sustentável entre oferta e demanda. Após um período de forte expansão na oferta no último ano, observa-se uma redução nos lançamentos, permitindo uma absorção mais eficiente das unidades disponíveis e fortalecendo a estabilidade do setor”, avalia Roberto Botelho, presidente da ADEMI DF.
Segundo ele, o mercado registra momento de ajuste natural, com uma gestão mais criteriosa do estoque e uma dinâmica de vendas alinhada à realidade econômica. “Mesmo diante de um cenário de juros elevados, com a Selic a 14,25%, o Índice de Velocidade de Vendas (IVV) fechou março em 6,4%, demonstrando a resiliência do setor e a continuidade da demanda por moradia. O mercado segue sólido, impulsionado pela confiança dos compradores na realização do sonho da casa própria”, acrescenta.
De acordo com o vice-presidente da Indústria Imobiliária no Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), João Carlos de Siqueira Lopes, explica que o IVV foi puxado pelo segmento econômico que ficou acima de 14% para as unidades abaixo de R$ 350 mil. “Isso mostra que existe fôlego para novos lançamentos neste segmento. Parte deste avanço se deve ao Passaporte Moradia do Governo do Distrito Federal, que fortalece o setor para reduzir o déficit habitacional na baixa renda, na qual é mais expressivo. O atendimento à baixa renda coloca o DF no rumo certo, da moradia digna e de um crescimento de mercado mais socialmente sustentável”, afirma Lopes.
Termômetro do mercado – Iniciativa conjunta da ADEMI DF com o Sinduscon-DF, a pesquisa Índice de Velocidade de Vendas é realizada pelo Opinião Informação Estratégica, com apoio da regional no DF do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE DF):
- O Índice de Velocidade de Vendas é uma sondagem mensal junto às construtoras e incorporadoras mais representativas do Distrito Federal, funciona como um termômetro do mercado imobiliário e mede o ritmo de venda das empresas: quanto mais alto o índice, menor foi o tempo necessário para vender as unidades dos empreendimentos no mês.
- Um Índice de Velocidade de Vendas mensal de até 2% traduz um mercado saudável e com ritmo de vendas positivo: quando o indicador está acima deste patamar, demonstra expansão mais acelerada na transação de imóveis. É um sinal da tomada de decisão do consumidor.
- Criada há 10 anos, a pesquisa Índice de Velocidade de Vendas acompanha o desempenho de imóveis residenciais verticais (apartamentos) e novos.
Segundo a pesquisa, em março, as regiões com maior volume de vendas foram Noroeste, com 53 unidades; Planaltina com 47 unidades; e Ceilândia, com 37 unidades. A pesquisa aponta, ainda, que 91% dos imóveis comercializados em abril estão em obra.
“Os resultados de março reforçam o acerto na estratégia das empresas, que anteciparam lançamentos aproveitando o ciclo de juros baixos para que não houvesse perda na oferta em caso de mudança da política econômica, como vivemos agora”, avalia o presidente da ADEMI DF. Na sua avaliação, a tendência é que o setor se mantenha positivo ao longo de 2025, com estabilidade no fluxo de vendas e a recomposição do estoque ao longo do ano.

Imprensa Ademi-DF