Foto – Nina Quintana
A análise técnica do projeto que atualiza o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília, o PPCUB, está na sua reta final e bem encaminhada. Esse e outros temas de interesse o setor foram discutidos durante reunião de diretoria da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (ADEMI DF), realizada na manhã da quarta-feira (29/11). Com a presença do presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, o encontro fechou o calendário de reuniões colegiadas da entidade em 2023.
“Nós entendemos que o GDF aderiu a tudo o que foi encaminhado pelo Iphan. Nosso objetivo é sempre harmonizar normas locais com a norma federal”, disse Grass. “O que está em jogo é o valor cultural da cidade e as oportunidades que podem advir disso. Vamos concluir a discussão na mesa técnica, encerrando a nossa participação”, acrescentou. Além de representantes de empresas associadas à ADEMI DF, participaram da reunião o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), Adalberto Valadão Júnior, e o presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico do Distrito Federal (CODESE DF), Leonardo Ávila.
O Iphan, órgão federal que tem colaborado tecnicamente no exame do projeto, terá uma nova rodada de diálogo com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEDUH), órgão do governo que lidera a formulação da proposta, nos primeiros dias de dezembro. Acompanhado pelo superintendente do Iphan, Thiago Pereira Perpétuo, Leandro Grass avaliou como positiva a audiência pública realizada pelo GDF para discutir a proposta com toda a sociedade do DF. “A audiência do PPCUB foi muito boa. O conflito de opiniões faz parte do processo, mas houve conjunto de sugestões pertinentes”, destacou.
O posicionamento do Iphan foi bem recebido pela ADEMI DF. “Agradecemos, mais uma vez, a oportunidade dessa conversa técnica. Temos grande expectativa pela aprovação do PPCUB, projeto muito importante para o mercado imobiliário”, afirmou Roberto Botelho, presidente da ADEMI DF. Ele destacou a qualidade da participação do Iphan no debate sobre o tema, com uma conduta de parceria e entendimento. “O GDF tem sinalizado o esforço para enviar à CLDF ainda esse ano”, comentou Botelho.
Diálogo aberto – “É uma alegria ver a maneira como o Iphan está conduzindo a gestão. A capacidade de diálogo que a gente percebe hoje não percebia antigamente”, apontou Leonardo Ávila. Para o presidente do CODESE DF, a atuação parlamentar de Grass tem feito diferença. “Temos um novo Iphan no DF”. O presidente do Sinduscon-DF reconheceu a mudança positiva e a abertura ao diálogo pela direção do órgão e reforçou os objetivos comuns entre o poder público e as entidades representativas do setor da construção. “No fim do dia, nós queremos a mesma coisa, uma cidade melhor e com qualidade de vida para a população”, afirmou Adalberto Júnior.
Foto – Nina Quintana
Durante a reunião, a ADEMI DF apresentou ao Iphan novo estudo técnico para subsidiar o exame do projeto urbanístico do bairro Jóquei Clube, doado pela entidade ao GDF. O documento traz esclarecimentos sobre impactos potenciais dos empreendimentos verticais de acordo com a altura – 35 ou 60 metros. – nos campos da topografia e do adensamento populacional. Preparado pela Ária Empreendimentos Sustentáveis, o projeto do novo bairro atende todas as normas legais vigentes, incluídas portarias e outros instrumentos regulatórios do Iphan, focados na relação com a área tombada do DF.
“O Iphan não tem medo do adensamento populacional”, destacou Thiago Perpétuo. “Mas sempre queremos saber qual impacto, conhecer estudos bem embasados”, afirmou. “É importante abrir espaços de diálogo e tirar o estigma de que o Iphan é terrível. Não temos mais essa visão de que o mercado imobiliário e um bicho papão, é um setor legitimo dentro da sociedade e muitos têm uma perspectiva de cuidado com a cidade”, comentou. Segundo ele, a apreciação do projeto do bairro Jóquei Clube será feita com base em critérios técnicos e diálogo aberto.
Imprensa Ademi-DF