O “Quintas da CBIC” desta quinta-feira (30) recebeu o economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso, que conversou com o setor da construção sobre a expectativa de futuro da economia global e nacional diante do ambiente de turbulência econômica, com juros e inflação crescente no Brasil e no mundo. O bate-papo foi conduzido pelo vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Eduardo Aroeira Almeida, também presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (ADEMI DF).
Segundo Marco Caruso, no cenário internacional três grandes temas estão na ordem do dia: preocupação com a inflação, alta disseminada de juros pelo mundo e risco crescente de recessão. Em sua avaliação, a inflação já atingiu o pico, mas vai ceder de forma lenta no exterior e não será diferente no Brasil. Além disso, destacou que os juros vão subir no mundo inteiro. “Até a Suíça está subindo juros”, comentou.
Em razão do tamanho do desafio desinflacionário, o especialista de mercado salientou que o risco de recessão não é eminente, mas crescente em 2023 e 2024 na Europa e nos Estados Unidos.
Quanto ao Brasil, afirmou que o crescimento surpreende, mas deve perder ímpeto. “O PIB de 2022 está melhor do que o imaginado no início do ano, em razão dos dados positivos do setor da construção civil e da reabertura da economia pós-vacinação”, frisou. No entanto, disse que, em termos de crescimento e demanda, “o segundo semestre de 2022 deve ser mais complicado que o primeiro e que 2023 será mais complicado que 2022”.
A previsão, de acordo com o economista, é de inflação e juros persistentemente altos, com um viés de desaceleração baixo. “Assim como no exterior, a inflação atingiu o pico, mas deve ceder lentamente, em razão da queda do preço da energia elétrica, mas a grande dúvida é o preço da gasolina”, disse. Quanto aos juros, destacou que eles vão persistir altos por mais tempo e devem custar a ceder. “Os modelos indicam que a Selic fica em dois dígitos pelos menos até 2024”.
Já quanto à construção civil, enfatizou que o setor mantém um bom crescimento, em razão do passado, com período de juros baixos, mas que enxerga uma visão futura desafiadora.
Para Aroeira, o mercado imobiliário tem sido resiliente, em que pese a alta dos juros. Marco Caruso frisou ainda que os economistas preveem revisões positivas do PIB para 2022, mas negativas para 2023. Sobre a taxa de desemprego, destacou que ela já está abaixo do pré-pandemia.
Perdeu esse importante debate? Ainda dá tempo de assistir. Acesse o Quintas da CBIC sobre o Cenário Macro Global e Brasil.
(Com Agência CBIC)
Imprensa Ademi-DF