MERCADO IMOBILIÁRIO E COVID-19: LIÇÕES APRENDIDAS E NOVOS PARADIGMAS

13 maio 2021

Celestino Fracon Junior, engenheiro civil e vice-presidente administrativo financeiro da ADEMI DF

A pandemia pelo novo coronavírus mostra que o setor da construção aproveitou suas vantagens competitivas para enfrentar a crise sanitária e teve agilidade e eficácia para renovar uma mentalidade empresarial que coloca o trabalhador como mais importante patrimônio do setor. Se no passado, as políticas e iniciativas de segurança e saúde do trabalhador focaram aspectos inerentes ao exercício profissional, hoje reforça aspectos mais amplos, associados à qualidade de vida e saúde geral do trabalhador. Incorporadoras e construtoras do Distrito Federal associadas à ADEMI DF, que atuam na legalidade e registraram incidência mínima de casos de Covid-19, atravessam a pandemia cuidando de seus colaboradores e mostrando que a conscientização é a mais importante arma contra o coronavírus.

Desde o início da pandemia, a ADEMI DF, em parceria com outras entidades do setor, apoiou suas associadas no enfrentamento da crise sanitária. Em março de 2020, desencadeamos um trabalho contínuo de adaptação das medidas tradicionais de SST, apropriando as medidas preventivas determinadas pelas autoridades. Se o trabalhador da construção já usava máscara e capacetes, por exemplo, passou a adotar o distanciamento social, a higiene mais frequente das mãos e o uso do álcool em gel nos canteiros, nos estandes (quando abertos) e escritórios.

Nesses 14 meses, foram realizadas campanhas educativas para esclarecer sobre o contágio e a doença, assim como estimular um comportamento mais cuidadoso entre os colaboradores do setor. As empresas também fizeram uma reorganização dos canteiros de obras e escritórios, introduzindo controle de acesso e medição de temperatura; ajustes nas equipes e nos turnos de refeição para impedir aglomerações; adoção do trabalho à distância e outros regimes para grupos de risco; transporte de funcionários e o provimento dos equipamentos de segurança e saúde associados a prevenção da Covid-19. Trabalhadores do setor receberam kits com máscaras e álcool gel para si e suas famílias.

De março de 2020 pra cá, em atuação conjunta com o sindicato dos trabalhadores da construção e o SECONCI DF, as ações de prevenção e conscientização realizadas por incorporadoras e construtoras alcançaram mais de 7mil colaboradores nos canteiros e escritórios de mais de 50 empresas no DF. Além de orientar as empresas, o serviço social da indústria da construção também acompanhou a implementação e resultados dos novos protocolos de segurança e saúde do trabalhador, garantindo a eficácia esperada.

Esse trabalho permitiu ao mercado imobiliário atravessar a pandemia em atividade, com ritmo acelerado, e baixa incidência de contágio entre seus trabalhadores. Declarada atividade essencial pelo Governo do Distrito Federal (GDF), a construção civil não parou na pandemia, contribuindo com a geração e manutenção de empregos. Setor que alavanca a economia, também teve sua importância fortalecida pela busca por moradia digna, que cresceu durante a pandemia.

A pandemia não acabou, mas já construiu um legado para o mercado imobiliário. De um lado, a casa própria renovou sua importância, também como vetor de segurança e saúda para o cidadão. Ao desejo por moradia digna, o brasiliense agregou a busca por mais espaço e conforto, colocando o imóvel como necessidade importante para os novos tempos trazidos pela crise sanitária. Além disso, a pandemia aprofundou os cuidados das empresas com seus colaboradores, renovando compromissos tradicionais do setor.

Muitas das medidas adotadas pela pandemia serão mantidas por nossas empresas mesmo quando a ameaça do novo coronavírus estiver controlada. O início da imunização, assim como o registro de mutações do vírus, não permite o relaxamento dos cuidados. Este é o caminho que temos adotado, estimulando que o trabalhador do nosso setor continue cuidando de sua saúde.

Autor

Imprensa Ademi-DF

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