CBIC REÚNE ASSOCIADAS PARA DISCUTIR COMO ENFRENTAR O AUMENTO DOS PREÇOS DOS INSUMOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

19 fev 2021

Desafio enfrentado pelo setor da construção durante 2020, o aumento nos preços de insumos e materiais atravessou 2021 e pode agravar, se não comprometer, a execução de obras em andamento e frear a decisão por novos investimentos. O assunto foi discutido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) nesta quinta-feira (18), durante o ‘Quintas da CBIC’, evento em que apresentou o resultado de pesquisa realizada junto às empresas do setor: entre janeiro e meados de fevereiro, houve novos aumentos de preços de materiais de construção e o desabastecimento de insumos.

De acordo com o presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da CBIC, Dionyzio Klavdianos, participaram do levantamento 376 empresas de todo o país e os relatos indicam aumento acima de 50% nos preços dos insumos mais importantes para a atividade da construção, como aço, concreto, bloco cerâmico e outros. Para além da escassez de oferta, também foi identificada extensão dos prazos de entrega por fornecedores maior que o habitual.

“A situação é preocupante, tanto em relação ao aumento de preços quanto ao desabastecimento”, afirmou Eduardo Aroeira Almeida, presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (ADEMI DF). “O aumento de custos prejudica a recuperação do setor e o planejamento de novos empreendimentos pelas empresas. Além de não saber se teremos o material, não sabemos a que preço”, destacou, durante o webinar.

Insumos e materiais representam cerca de 40% dos custos de um empreendimento. Como consequência do aumento abusivo dos preços, o presidente da Comissão de Infraestrutura (Coinfra) da CBIC, Carlos Eduardo Lima Jorge, destacou o desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos de obras públicas e de concessões. Segundo ele, a CBIC está preparando estudos para orientar as empresas nas solicitações de reequilíbrio dos contratos – para discutir esse aspecto, a entidade fará nova reunião.

Entre os documentos em gestação, está a Cartilha da CBIC – O Reequilíbrio Econômico-Financeiro dos Contratos Administrativos de Obras e Serviços de Engenharia em função da variação extraordinária no preço de insumos e as pesquisas encomendadas à Fundação Getulio Vargas e à Fundação Dom Cabral para mostrar a evolução de preços no período de janeiro de 2020 até agora. As pesquisas foram solicitadas em conjunto com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada–Infraestrutura (Sinicon), a Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM) e a Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic).

“A CBIC está lutando para embasar técnico e juridicamente todas as demandas do setor”, reforçou o presidente da CBIC, José Carlos Martins. “O assunto preocupa, porque pode influenciar o ritmo das obras, a questão dos lançamentos imobiliários e a capacidade de compra das famílias. Pode ser uma agulha furando o balão que está puxando a economia (construção civil)”, frisou o presidente da Comissão de Habitação de Interesse Social (CHIS), Carlos Henrique de Oliveira Passos.

 “Se não tem o insumo, tem ociosidade, improdutividade de pessoal e de equipamento, além de postergar a entrega do empreendimento”, comentou o presidente da Comissão de Obras Industriais e Corporativas (Coic), Ilso José de Oliveira. “Em novembro, já tínhamos uma preocupação com o aumento dos preços dos materiais de construção e a impressão que a gente tinha era de que no primeiro trimestre deste ano já estaria equilibrado, mas ainda estamos no olho do furacão”, afirmou o presidente da Comissão da Indústria Imobiliária (CII), Celso Petrucci.

(Com Agéncia CBIC)

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Imprensa Ademi-DF

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