Na abertura do 92° Enic, Charlene Li revela o segredo da mentalidade digital

06 nov 2020

Desenvolver um sentimento de colaboração e confiança entre equipes, empresas e clientes. Eis o segredo para a inovação nas empresas, segundo Charlene Li. A americana é considerada uma das mulheres mais influentes do Vale do Silício. Especialista em transformação digital e estratégias de crescimento disruptivo, Li compartilhou a sua visão sobre mindset digital e liderança com o público do primeiro ‘Quintas da CBIC’ que compõe a programação da 92º edição do Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic).

Como anfitrião do evento, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins destacou que após 91 edições o Enic começou em um formato novo, totalmente digital, mas ainda como um encontro esperado e relevante para a indústria da construção. “A gente não podia começar melhor o encontro do que dando voz a tantas mulheres com histórias inspiradoras. Desde uma especialista do vale do silício até grandes empreendedoras do Brasil é do nosso setor”, comemorou.

Durante sua apresentação, Charlene Li falou sobre a importância de refletir sobre o próprio conceito de disrupção, uma palavra cada vez mais desgastada. “Para ser disruptivo é preciso ser capaz de desafiar o status quo e mudar qualquer situação. Um líder disruptivo é aquele que cria a mudança”, frisou.

De acordo com a especialista, ser disruptivo é, acima de tudo, sair da zona de conforto e ter coragem de arriscar. “Grandes ideias nasceram dessa maneira. Profissionais em posição de liderança têm um papel ainda mais importante nesse sentido: eles precisam servir de exemplo e inspirar seus times a seguir esse caminho”, ressaltou.

Li afirmou também que as ferramentas de tecnologia, embora sejam fantásticas, não geram resultados sem uma cultura organizacional igualmente inovadora. “Os pilares dessa mentalidade são liberdade, autonomia e empatia. Esta última, particularmente importante para entender e mapear as necessidades de clientes”, alertou.

Segundo painel

Em seguida, foi realizado o painel ‘Mulheres Empreendedoras’, com mediação de Ana Claudia Gomes Martins, presidente da Comissão de Responsabilidade Social (CRS) da CBIC.

Janete Vaz, cofundadora e vice-presidente do Grupo Sabin, um dos maiores players de medicina diagnóstica do país, falou sobre carreira, história e como sua empresa se tornou uma das mais respeitadas do Brasil. O Laboratório Sabin conta hoje com 280 unidades de atendimento em todo o Brasil, além de cinco mil colaboradores, dentre os quais 74% são mulheres.

Defensora dos direitos das mulheres, Janete reforçou que o Sabin é uma empresa que valoriza a maternidade. “Nós apoiamos totalmente a gravidez de nossas colaboradoras e acreditamos que elas desempenham um trabalho de qualidade, responsabilidade, dedicação e foco, tal qual o papel de mãe”, disse.

Outro ponto que a palestrante fez questão de ressaltar é a preocupação que tem com seus funcionários, que considera como filhos. “Para o Laboratório Sabin, o ser humano está em primeiro lugar, o bem-estar dos funcionários é super importante”, disse Janete.

Transformar a saúde de forma lúdica e a importância de influenciar positivamente na vida das pessoas é mais um desafio. Segundo Janete, o principal resultado de uma boa liderança é construir uma equipe de profissionais capacitada, alinhada, comprometida e apaixonada pela empresa. “Estamos há 14 anos entre as melhores empresas para se trabalhar. Acreditamos que pessoas felizes e motivadas ajudam a empresa a crescer, nossa estratégia é transformar cada colaborador em embaixador da marca”, destacou.

Já Barbara Paludo, primeira mulher a fundar uma empresa da construção civil em Santa Catarina – a Katedral Empreendimentos, lembrou que antigamente não existia no setor mulheres que se empoderavam e se destacavam no empreendedorismo. Paludo lembrou de sua trajetória, onde em 1977 abriu sua própria empresa no ramo imobiliário. Depois, em 1981, nasceu a Katedral Imóveis em Chapecó. “Comecei minha história como dama de ferro da construção civil construindo 50 casas populares. Mas sempre tive uma visão empreendedora, identificando oportunidades de negócios”, destacou.

Em mais de 3 décadas de atuação em Chapecó, à frente de sua empresa consolidou-se como uma empreendedora arrojada, sempre preocupada em se aprimorar profissionalmente. “Construí um prédio de um apartamento por andar, uma inovação para a época. Acredito que as mulheres não nascem prontas, mas se aperfeiçoam e vão à luta. Então aprendi muito com os colegas e sempre fiquei alerta com o que acontece ao meu redor”, explicou.

Empresária e deputada federal (Cidadania-DF), Paula Moreno Paro Belmonte, acredita que cada dia mais cresce a presença da mulher no mercado de trabalho e afirmou que uma das grandes bandeiras de sua atuação parlamentar é o empreendedorismo. “Para uma mulher empreender, é preciso muita determinação. Quem vai empreender tem que passar por cima das adversidades e saber resolver os problemas com criatividade. O setor da construção é um dos que mais crescem e empregam, por isso temos que investir no futuro das crianças para que possam chegar na vida adulta e se inserir nesse mercado de trabalho”, disse.

A parlamentar destacou ainda a importância da aprovação da reforma tributária, tema do qual é membro de Comissão Especial na câmara federal. “Essa é a reforma que muitos empresários estão esperando e que vai desonerar o setor produtivo. Temos nessa pauta o futuro do Brasil”, afirmou.

Lucia Haracemiv, cofundadora da DNA de Vendas – consultoria especializada em aumento de produtividade em vendas, contou sua trajetória e ressaltou que quando se pensa em empreendedorismo, o papel de mãe, esposa e profissional sobrecarrega mais. “Nós mulheres temos que nos adaptar para conseguir desempenhar bem todas as funções. Mas isso não nos impede de crescer e empreender”, destacou.

A especialista contou que sua carreira começou na área comercial, que é tipicamente masculina, mas isso não a impediu de crescer e de inovar na área de atuação escolhida, desenvolvendo uma metodologia exclusiva. “O setor de vendas é uma ciência que alia o técnico ao comportamental. Ele depende exclusivamente de quatro pilares: pessoas, processos, gestão e tecnologia. Equacionando e melhorando esse conjunto, você tem um ganho enorme de produtividade dentro da empresa”, explicou. Ao longo dos últimos 14 anos, a DNA de Vendas atendeu mais de 450 clientes. “Tenho muito orgulho da minha trajetória e fico feliz de ver a inserção cada vez maior de mulheres em cargos relevantes”, concluiu.

Dentro da programação do 92º Enic, na próxima quinta-feira (12/11), o Quintas da CBIC apresentará dois painéis: “Como está organizado o setor da construção nos USA”, às 17 horas, e “Construção pós Covid19 nos USA e Europa”, às 18 horas, com a presença de especialistas para debater o tema.

(Com Agência CBIC)

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Imprensa Ademi-DF

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