NO PÓS-PANDEMIA, MORADIA GANHA IMPORTÂNCIA E MERCADO IMOBILIÁRIO CONSOLIDARÁ NOVOS PARADIGMAS

21 maio 2020

A pandemia pelo novo coronavírus ainda busca sua curva descendente no Brasil, mas é momento de as empresas prepararem a retomada futura. Esse alerta vale também para incorporadoras e construtoras do Distrito Federal, mercado cujas peculiaridades podem servir de estímulo extra ao setor. “Já estamos no momento de começar a olhar pra frente. Por mais que haja muita indefinição por causa da pandemia, é essencial que as empresas façam seu exercício básico”, avisa o administrador José Urbano Duarte, membro do Conselho de Administração e do Comitê de Auditoria da Construtora Tenda.

Para ele, o segundo semestre de 2020 pode ser tempo de arrancada para o mercado imobiliário e o ano de 2021 o período de recuperação. “Tem dinheiro para financiar quem está produzindo e quem está comprando. O mercado imobiliário será mais atraente para os bancos”, acrescentou. Um dos mais respeitados especialistas em mercado imobiliário no Brasil, Urbano participou da sétima edição virtual do ADEMI DF Debate, evento transmitido pelo perfil da entidade no Instagram na terça-feira (19).

Mediada pelo presidente da ADEMI DF, Eduardo Aroeira Almeida, a conversa prospectou o futuro pós-pandemia, à luz dos novos paradigmas criados em tempos de distanciamento social e maior incerteza na economia. “Nós temos convicção de que o mercado imobiliário é que vai puxar a recuperação da economia no DF, já nesse ano”, afirmou Aroeira. Segundo ele, a manutenção da atividade do setor, com a adoção de todas as medidas preventivas à Covid-19, permitiu às empresas tanto preservarem o emprego e a renda, como manterem os cronogramas de seus empreendimentos.

Na avaliação do conselheiro da Tenda, o mercado imobiliário brasileiro já atravessou diversas crises e vive, agora, momento atípico marcado pela questão sanitária, que coloca em risco a vida das pessoas. Para Urbano, as empresas do setor conseguiram cumprir a importante tarefa de proteger seus colaboradores, seja a equipe nos escritórios, seja a equipe que mantém ativos os canteiros de obra. “O trabalhador é o ativo mais importante da empresa”, disse.

Segundo ele, consolidada a prevenção é importante que as empresas cuidem do “caixa”, para aumentar o ritmo no pós-pandemia. “Há que sair no pós-crise com a musculatura mais bem preparada para aproveitar o segundo semestre, quando teremos atividade mais adequada ao momento. Para isso é preciso ter caixa”, sinalizou. “Teremos um dos melhores momentos para o funcionamento do mercado, com preço, condições de financiamento, investimento na aquisição, acesso a moradia”, prevê.

Tempo de reciclagem – “Aqui no DF temos o menor estoque da história. Isso nos dá a possibilidade de lançar quando houver mais segurança”, concordou o presidente da ADEMI DF. Eduardo Aroeira mencionou monitoramento semanal feito pela entidade, mostrando que cerca de 70% dos incorporadores do DF planejam retomar os lançamentos no segundo semestre, tanto nos segmentos de médio e alto padrões quanto no econômico. “Isso é importante, pois manterá o emprego no setor e dinamizará a economia do DF”, afirmou.

Com a experiência como vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, José Urbano Duarte fez uma análise sobre a oferta de crédito e a importância da moradia para o período vindouro. Na sua avaliação, o impacto da pandemia pelo novo coronavírus poderá ser menor, já que o mercado imobiliário vinha ensaiando uma recuperação depois da crise de 2014, mas ainda não atingira velocidade de cruzeiro.

Além disso, afirmou, a oferta de financiamento está maior: a poupança, que é um funding importante para o setor imobiliário, tem mantido captação positiva nos últimos três anos e também no primeiro trimestre de 2020. Some-se, aprofundou, a redução continuada da taxa Selic e a entrada de outros mecanismos como o IPCA e o Brasil passa a contar com um cenário inédito na questão do financiamento imobiliário. “Qualquer dinheiro é dinheiro para financiar casa, não só a poupança”.

Nesse ambiente, alertou, o corretor de imóveis terá um papel reforçado no negócio e precisará acompanhar e compreender os cenários futuros da economia de uma forma geral para garantir o melhor atendimento ao comprador e potencializar as vendas. “Nós estamos no fundo do poço e haverá recuperação. Não se sabe se rápido ou mais lento, mas vai recuperar”, disse o conselheiro da Tenda, frisando que o imóvel segue como investimento seguro e rentável.

“O momento é de reciclar. As empresas estão se reciclando e os corretores também vão reciclar. O mercado está muito melhor na forma de fazer negócios”, comentou, sobre os novos paradigmas impostos pelo distanciamento social. “Eu vejo como oportunidade: se a casa já era relevante no passado, agora é ainda mais, pois fará parte da condição de saúde para as pessoas”.

 

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Imprensa Ademi-DF

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